quarta-feira, 23 de julho de 2014

Formalidades


Pedem-lhe
que trace o futuro,
e num poema
os pés de peregrino.
Crava no alto a corda,
vai subindo,
como quem fende um rasgo
no destino.

Depois olha do alto
o corpo em suspenso,
e com o lápis
desce até ao chão.
Tudo lhe fere os pés,
um medo imenso.
Sobe de novo a corda
da ilusão.



Segue o rasto
de todas as estrelas,
e, em rabiscos
sem se deixar tocar,
vai trocando os vales
pelas serras,
algures perdido num mapa
por traçar.


Foge da tela,
um lápis e o nada,
a corda gasta,
a mão e nunca mais.

E se às papilas
a terra for pesada,
traz no poema
as marcas digitais.

Maria da Fonte
Imagem da internet




3 comentários:

  1. Maria belíssimo poema minha querida.
    Que Deus abençoe um grande abraço.
    Evanir.

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  2. Boa noite Maria, tudo bem?
    Sempre em crescendo a sua poesia!
    Magnifico este poema que me parece reflectir muito do que nos afronta nos dias que correm!
    Um beijinho,
    Ailime

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  3. Oi Maria, muito boa noite!
    Belo poema!
    Numa doce perfeição!
    Uma linda semana coberta de muita paz e amor!
    abraço amigo
    Maria Alice

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